A vida além dos padrões: buscando um corpo real
COLUNA ALIMENTE-SE PRA VIDA
* Daiane Oliveira.
Nossa civilização é permeada pela cultura de padrões estéticos muitas vezes inalcançáveis sem intervenções cirúrgicas. Corpos magros, com curvas bem marcadas e a pele rejuvenescida chegam a todo momento em nossas redes sociais, que podem nos gerar desconforto e nos fazer sentir insultados por não termos o corpo “divino” assim. Essa é a indústria da magreza que hoje ,mais do que nunca, nos alimenta com diversos atalhos que nos ajudam a chegar no padrão de beleza certo. Mas será que estamos lidando com isso de maneira saudável?
Para começar podemos falar que um padrão de corpo é pouco quando um país é influenciado por diversos tipos genéticos, os quais moldam todas as nossas características físicas. Claro que ficar mais “bronzeado”, se depilar, mudar corte e cor do cabelo mexe com nosso corpo, mas não de maneira tão invasiva quanto os procedimentos estéticos impostos por esse padrão. Os nossos hábitos e culturas alimentares também afetam o nosso corpo, a forma como nos alimentamos, frequência, quantidade e qualidade influenciam em nossa digestão e absorção dos nutrientes de maneira mais ou menos eficiente, da mesma maneira que o ambiente em que mais escolhemos e comemos as refeições. A prática ou não de atividade física é sim uma grande influência para a mudança do nosso corpo, esteticamente, mas devemos levar em conta o tipo de atividade, frequência e intensidade para a mudança ser eficaz.
Termos ciência sobre esses fatores faz com que consigamos entender os resultados apresentados pelo nosso corpo no momento de perder peso, mudar a composição corporal e a nossa forma física, sem nos cobrarmos tanto sobre resultados em curto prazo, dessa forma nos mantemos saudáveis mentalmente também. Pegar atalhos que estão sendo apresentados como substâncias, dietas super restritivas, atividades físicas extenuantes ou procedimentos estéticos mega invasivos pode comprometer nossa saúde a longo prazo, quando não entendemos, não queremos ouvir ou aceitar nosso corpo.
Não podemos nos deixar enganar que todo o padrão é para nós, somente olhando para a balança ou para o espelho, pois podemos perder saúde e oportunidades na vida tentando atingir o inatingível. A alimentação saudável é para todos, assim como a prática de atividade física, que é onde devemos focar. A mudança de estilo de vida e de mentalidade é a chave para uma vida sem amarras.
Daiane Oliveira é nutricionista, formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.