Arthur Varella morre aos 77 anos e deixa legado cultural em Petrópolis

Arthur Varella morre aos 77 anos e deixa legado cultural em Petrópolis

Artista plástico, diretor teatral, carnavalesco e servidor público, ele marcou a história cultural da cidade com sua paixão pela arte e por Petrópolis.

Petrópolis perdeu neste 4 de agosto de 2025 uma das vozes mais influentes da sua cena cultural. Morreu Arthur José Varella Guedes, de 77 anos, por complicações pós-operatória de um aneurisma na aorta.

Arthur Varella nasceu em 5 de março de 1948, em Petrópolis (RJ), filho de imigrantes — seu pai era português e sua mãe, de origem italiana estabelecida na cidade desde o início do século XX. Muito cedo, revelou talento para o desenho e a pintura. Orientado pelo artista plástico Jordi Massansalvador, produziu mais de 400 telas com sua assinatura, desenvolvendo um estilo que classificava como figurativo experimental, sempre em busca de expressar emoções por meio da imagem.

Aos 18 anos, ingressou no teatro guiado pelo professor Maurício Cardoso, fundador do primeiro Grupo de Teatro de Estudantes em Petrópolis. A partir daí, construiu uma carreira sólida como ator e diretor, participando de mais de 60 montagens, atuando em duas novelas da TV Globo e recebendo diversas premiações.

Grande Carnavalesco

Além das artes, Arthur também brilhou no Carnaval. Foi autor de enredos e carnavalesco por 30 anos em Petrópolis e três no Rio de Janeiro, com dois desfiles seus na Sapucaí. Criou também a célebre Parada Iluminada, o desfile de Natal na Rua do Imperador, que emocionou popularmente até sua última edição em 2019.

Na política e na gestão cultural, exerceu por quase 30 anos cargo de Diretor Legislativo na Câmara Municipal e ocupou posições de destaque em órgãos municipais de cultura. Atualmente, era diretor cênico e professor de teatro do Grupo Dó Ré Mi, fortalecendo a formação de novos talentos.

Arthur era casado com a jornalista Marilízia de Azevedo Varella Guedes, com quem compartilhava 40 anos de vida, e deixa ainda a filha Claudia Varella (de seu primeiro casamento) e a neta Ana Luisa Varella Montenegro. Era também conhecido por seu amor por viajar e seu profundo apego à Petrópolis, cidade que ele descrevia como “apaixonante, embora complicada”.

O velório acontece a partir das 10h do dia 4 de agosto, na Capela C da Funerária Oswaldo Cruz, e o sepultamento às 16h30, no Cemitério Municipal.

Seu adeus reverbera em múltiplos cenários: a cidade perde um de seus principais articuladores culturais, as artes plásticas perdem um criador singular e o Carnaval, um apaixonado.  Que sua obra e memória continuem a inspirar artistas, gestores e cidadãos que, como ele, acreditam que a cultura transforma, aproxima e ajuda na construção de qualquer país.

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