Clube Serrano, de Petrópolis, encontra registro histórico de Garrincha
Modéstia à parte, acho que minha maior qualidade e habilidade em minha profissão sempre foi montar e treinar equipes. Foi assim em todas as redações por onde passei. Acho que ser jornalista é descobrir boas informações, de interesse de todos e que possam também auxiliar, emocionar. Para isso, é preciso “garimpar” bons profissionais. Na montagem da equipe do G1 e Globoesporte.com na Inter TV RJ(afiliada da Rede Globo) minha experiência e intuição não me decepcionaram e deixei por lá novos talentos! O que dizer de Gustavo Garcia, Tébaro Schimidt e Chandy Teixeira? Três jovens talentosos que respiram esporte e sabem o que querem e onde pretendem ir!
Em matéria publicada nesta sexta-feira no Globoesporte.com eles novamente ratificaram seus talentos.
Veja matéria completa abaixo:
Uma peça histórica de Garrincha foi encontrada esta semana pelo Serrano, time de Petrópolis e primeiro clube em que o jogador atuou profissionalmente. Assim como o ponta-direita fazia nos gramados, o primeiro cartão de identificação de atleta profissional de Mané, datado de 17 de abril de 1951, driblou gerações de dirigentes e foi descoberto por acaso nesta quinta-feira em uma sala de troféus da equipe – que não atua mais no futebol profissional. No local que guarda as maiores conquistas do Leão da Serra, o registro – que aparece como uma dos maiores honrarias para o time que superou até o mesmo o Flamengo de Zico – foi achado em um antigo armarinho pelo dirigente social do time, conhecido como Pupila, durante uma limpeza no local.
Segundo o presidente do Serrano, Alexandre Beck, o China, o documento encontrado é o primeiro registro profissional que se tem conhecimento do ponta bicampeão do mundo.
– No Pau Grande, o Garrincha só jogava amistosos. Foi no Serrano que atuou profissionalmente. Faz parte da história, ele é um dos maiores jogadores do mundo – disse o presidente.
De acordo com o supervisor do Leão da Serra, Guilherme Rabello, o registro acabou se perdendo com o tempo e o clube, inclusive, não tinha mais pretensões de encontrá-lo.
– Na verdade, nós não tínhamos mais esperança de achar algo relacionado ao Garrincha, devido ao tempo. Acho que acabou que ninguém se deu conta do documento tão surrado em um monte de coisa velha, em um local sem a conservação adequada. Passaram muitas administrações pelo clube e nem todas tiveram a consciência de armazenar as coisas. Ficamos felizes por termos encontrado uma peça tão importante para o futebol – afirmou.
PRIMEIRO CLUBE
Antes de se tornar o Garrincha dos dribles desconcertantes do Botafogo, o “Anjo das Pernas Tortas”, ou o “Demônio de Pernas Tortas”, como certa vez cravou o locutor Clóvis Filho, iniciou a carreira atuando pelo Pau Grande – time amador de Magé, sua cidade natal. As fintas humilhantes do menino que na infância caçava garrinchas, um passarinho típico das matas de Pau Grande, no entanto, não demoraram a subir a serra para a Cidade Imperial.
O jogador, primeiramente, foi chamado para atuar no Cruzeiro do Sul, mas foi parar no Serrano, de Petrópolis, onde realizou o primeiro registro profissional da carreira. Segundo conta o livro “Gigantes do Futebol Brasileiro”, Mané passou então a fazer jornada dupla: pela manhã, jogava no Leão da Serra e pegava o trem, que demorava aproximadamente meia-hora para chegar em Magé, para sua segunda partida do dia, no Pau Grande.
Foi nesse período, inclusive, em que se dividia entres os jogos nos dois times, em que Mané desceu à cidade grande para realizar testes em clubes como Vasco, São Cristóvão e Fluminense. Mas foi somente em 1953, quando levado para fazer um teste no Botafogo, que o endiabrado ponta-direita que carregava nome de passarinho conseguiu chamar a atenção para alcançar voos maiores, que o levariam à Seleção e às conquistas dos mundias de 1958 e 1962.
MANUEL OU MANOEL?
Uma controvérsia sempre esteve atrelada a Mané quando o assunto é a grafia do prenome do jogador. Conhecido popularmente como Garrincha, o jogador responde por Manuel ou Manoel dos Santos? Muitos veículos e livros de história atribuem o “u” após o “n”, mas no documento descoberto pelo Serrano, o “Anjo das Pernas Tortas” assina como Manoel dos Santos.
Outro fator que chama a atenção é a data de nascimento. Alguns registros alegam que a certidão de nascimento do ponta-direita consta 18 de outubro de 1933. O documento, no entanto, aparece como Mané tendo nascido no dia 28 de outubro do mesmo ano. Mais um drible do ponta, conhecido pelas gozações dentro e fora do gramado.
Que legal!!! Bom demais saber mais deste grande ídolo… lembro do meu pai contar que já jogou com ele, no Clube Cascatinha, quando ele jogava profissionalmente no Serrano, apesar de “profissional” não dispensava “uma pelada” com os amigos, mesmo de outro clube!!!