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ESCOLAS CERVEJEIRAS – ESCOLA ALEMÃ (CONTINUAÇÃO)

ESCOLAS CERVEJEIRAS –  ESCOLA ALEMÃ (CONTINUAÇÃO)

BEBA MENOS, BEBA MELHOR..
* Helena d’Ottenfels 

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Olá queridos leitores!

Nesta edição daremos continuidade à escola alemã, trazendo alguns estilos típicos para que vocês conheçam mais a fundo a tradição e possamos descobrir que há vida após Pilsen e Cerveja de trigo.

Munich Helles

Ou Helles de Munique, foi criada em 1895 na cervejaria Spaten pelo cervejeiro Gabriel Sedlmayr. O objetivo era competir com a Pilsen, muito apreciada na Alemanha.

Este estilo tem uma característica marcante de malte, tanto no aroma, quanto no sabor, podendo ser até levemente adocicada. Como o lúpulo não é o protagonista nesta cerveja, os sabores maltados se sobressaem. Visualmente, será uma cerveja amarela com espuma bem cremosa. O IBU (International Bitterness Unit – Unidade Internacional de Amargor) pode ficar entre 16 e 22 e o teor alcoólico, entre 4,7% e 5,4%.

O BJCP (Beer Judge Certification Program) sugere os seguintes rótulos como referência para o estilo: Weihenstephaner Original, Hacker-Pschorr Münchner Gold, Bürgerbräu Wolznacher Hell Naturtrüb, Mahr’s 6 Hell, Paulaner Premium Lager, Spaten Premium Lager, Stoudt’s Gold Lager

German Pilsner

Pilsner Alemã ou Pils, nascida na atual República Tcheca por volta de 1840, na cidade de Pilsen, que fica na região da Boémia. Assim como todas as cervejas da escola alemã, segue a lei de Pureza, que, lembrando, só permite que componha uma cerveja os seguintes ingredientes: água, malte, lúpulo e levedura. Já falamos anteriormente sobre os ingredientes. Quem quiser saber mais é só ler a matéria “O que é cerveja” (http://www.acontecenaserradorio.com.br/2016/12/01/o-que-e-cerveja/).

É amarela clara/dourada, límpida e brilhante com uma boa formação e estabilidade da espuma, que é cremosa. Pela presença do malte Pilsen em sua composição, podemos sentir notas de biscoito (especialmente cream cracker e, sem querer puxar sardinha, mas já puxando, a Hare Pilsen da Buda Beer tem essa característica no sabor bem definida. Vale a pena experimentar.). O lúpulo Saaz traz aromas e sabores florais e cítricos à cerveja, principalmente no retrogosto, com um amargor ao final. É um estilo leve e refrescante, IBU entre 25 e 45 e teor alcoólico entre 4,4% e 5,2%.

Segundo o BJCP, são exemplos comerciais: Victory Prima Pils, Bitburger, Warsteiner, Trumer Pils, Old Dominion Tupper’s Hop Pocket Pils, König Pilsener, Jever Pils, Left Hand Polestar Pilsner, Holsten Pils, Spaten Pils, Brooklyn Pilsner.

Vienna Lager

A Lager de Viena foi desenvolvida por Anton Dreher, após o isolamento das leveduras de baixa fermentação (Lager). O malte Viena, utilizado em sua composição, traz uma coloração âmbar ao estilo e notas bem características, embora leves, de tostado e predominância de sabores maltados. É uma cerveja suave, límpida e bem refrescante. O lúpulo participa desta cerveja atribuindo amargor equilibrado e pouquíssimo sabor. O IBU fica entre 18 e 30 e o teor alcoólico entre 4,5% e 5,5%.

Exemplos sugeridos pelo BJCP: Great Lakes Eliot Ness (incomum com 6,2% de álcool e 35 IBUs), Boulevard Bobs 47 Munich-Style Lager, Negra Modelo, Old Dominion Aviator Amber Lager, Gordon Biersch Vienna Lager, Capital Wisconsin Amber, Olde Saratoga Lager, Penn Pilsner

Oktoberfest

Desenvolvida por Gabriel Sedlmayr e inspirada na Vienna Lager, é fabricada durante a primavera. Era armazenada em cavernas frias durante os meses quentes do verão para ser bebida no outono, que chega para valer na Alemanha em outubro.

Todos já ouviram falar da Oktoberfest (a festa)? Pois é, a cerveja de mesmo nome é degustada em eventos festivos locais e na festa cervejeira mais conhecida do mundo. Mas nem sempre a nossa bebida predileta foi a razão da existência da Oktoberfest, que surgiu em 12 de outubro de 1810, quando o Príncipe Luis se casou com a Princesa Teresa da Saxônia-Hildburghausen em Munique. A festa de comemoração terminou com uma corrida de cavalos. No ano seguinte o evento se repetiu para comemorar o aniversário de casamento do casal e formou-se a tradição. Salvo alguns anos em que a festa não foi realizada por questões relacionadas a guerras, hoje já são 207 anos da primeira edição. A corrida de cavalos parou de acontecer e a presença da cerveja ficou cada vez mais importante, se tornando a Oktoberfest que conhecemos hoje.

Voltando à cerveja Oktoberfest, sua coloração é dourada escura podendo chegar a um vermelho bem alaranjado, com uma boa formação de espuma que permanece no copo. O aroma é bem maltado, assim como o sabor, que pode conter traços tostados. O lúpulo participa trazendo amargor e quase nenhum sabor. É uma cerveja cremosa e corpo médio. IBU de 20 a 28 e teor alcoólico de 4,8% a 5,7%.

Segundo o BJCP, são exemplos: Paulaner Oktoberfest, Ayinger OktoberfestMärzen, Hacker-Pschorr Original Oktoberfest, Hofbräu Oktoberfest, Victory Festbier, Great Lakes Oktoberfest, Spaten Oktoberfest, Capital Oktoberfest, Gordon Biersch Märzen, Goose Island Oktoberfest, Samuel Adams Oktoberfest (um pouco incomum pela sua adição tardia de lúpulos).

Kölsch

Este termo “Kölsch” é protegido pela Kölsch Konvention e somente 20 cervejarias de Köln (Cidade de Colônia, na Alemanha) têm autorização para utilizá-lo. Cada uma dessas cervejarias interpreta o que é uma Kölsch a seu modo, produzindo cervejas com características próprias. Por isso, o estilo permite parâmetros bem flexíveis.

É uma cerveja que costuma ser bem clara em tons amarelados e originalmente é límpida e brilhante. A formação de espuma não costuma ser vigorosa nem persistente. Aromas frutados sutis oriundos da fermentação podem estar presentes, assim como de lúpulo, embora não seja uma regra. Ao paladar, notas de malte são suaves e o amargor é de leve a médio. A participação do lúpulo confere amargor e sabor ao estilo sem exageros. Costuma ser leve a moderadamente encorpada e bem carbonatada, o que a torna refrescante.

Rótulos sugeridos pelo BJCP: PJ Früh, Hellers, Malzmühle, Paeffgen, Sion, Peters, Dom; versões importadas disponíveis em parte da América do norte: Reissdorf, Gaffel; Versões não alemãs: Eisenbahn Dourada, Goose Island Summertime, Alaska Summer Ale, Harpoon Summer Beer, New Holland Lucid, Saint Arnold Fancy Lawnmower, Capitol City Capitol Kölsch, Shiner Kölsch.

Weissbier

Bem conhecida aqui no Brasil como a cerveja de trigo, talvez seja a mais apreciada por quem esteja começando a conhecer o mundo das artesanais. “Weiss”, do alemão, significa “branco” em português e não trigo, como alguns às vezes pensam. É uma ale nascida no sul da alemanha e é típica do verão, embora seja produzida e consumida o ano todo.

Visualmente é uma cerveja que pode ser amarelo claro a dourado escuro, lembrando um vidro de mel. Tem uma formação de espuma bem intensa e estável. Em razão da forte presença das leveduras nesse estilo, aromas de cravo e banana são bem marcantes, assim como no sabor, que também tem o trigo com importante participação. O lúpulo aqui contribui somente para equilibrar o dulçor, não devendo aparecer ao olfato e ao paladar. As proteínas do trigo tornam o estilo tipicamente turvo, que deve ser degustado com as leveduras que decantam na garrafa (quando for beber uma weissbier, você deve misturar o fundinho da garrafa antes de servir). Sendo um estilo com uma certa acidez e bastante carbonatada, é muito refrescante, ainda que apresente um corpo médio (embora quase sempre seja leve).

Segundo a legislação alemã, pelo menos 50% da composição de grãos deve ser composta de trigo maltado, embora algumas versões utilizem até 70%. O IBU fica entre 8 e 15 e o teor alcoólico entre 4,3% e 5,6%.

Indicações do BJCP: Weihenstephaner Hefeweissbier, Schneider Weisse Weizenhell, Paulaner Hefe-Weizen, HackerPschorr Weisse, Plank Bavarian Hefeweizen, Ayinger Bräu Weisse, Ettaler Weissbier Hell, Franziskaner Hefe-Weisse, Andechser Weissbier Hefetrüb, Kapuziner Weissbier, Erdinger Weissbier, Penn Weizen, Barrelhouse Hocking Hills HefeWeizen, Eisenbahn Weizenbier.

Rauchbier

Rauch”, do alemão, significa “fumaça”, “fumo”, em português. Originária da cidade de Bamberg, na Fracônia, região da Bavária, na Alemanha, o estilo tem esse nome pelo fato de o malte utilizado ser defumado com madeira de faia. Impressionantemente essa característica do malte atribui sabores até mesmo de bacon ao estilo.

A coloração varia de âmbar médio a marrom escuro, com boa formação e estabilidade da espuma e límpida. No aroma e no sabor o caráter defumado predomina trazendo notas de fumaça, torrado e bacon. O IBU fica entre 20 e 30 e o teor alcoólico entre 4,8% e 6%.

O BJCP indica como exemplos comerciais: Schlenkerla Rauchbier Märzen, Kaiserdom Rauchbier, Eisenbahn Rauchbier, Victory Scarlet Fire Rauchbier, Spezial Rauchbier Märzen, Saranac Rauchbier.

Qual você vai experimentar primeiro? Depois nos conte qual gostou mais, se é que isso seja possível… Até a próxima!

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