Teresópolis pode ganhar escola de música com a marca de um gênio brasileiro
Reunião entre Cultura e Escola de Música Villa-Lobos dá início à parceria que deverá resultar em um núcleo da instituição na cidade
“Temos uma missão histórica: o ensino da música a quem jamais teria acesso a ele, por questões econômicas”, definiu o diretor da Escola de Música Villa-Lobos, Carlos Belém. Ele esteve reunido na quinta-feira, dia 7, com o Secretário Municipal de Cultura de Teresópolis, Márcio de Paula, na sede da escola, um espaçoso e antigo prédio no Centro do Rio de Janeiro, para discutir a implantação de um pólo da Villa-Lobos na cidade serrana.
A escola, que conta com cerca de 2.000 alunos por semestre no Rio, tem quatro pólos em funcionamento no estado, com um total de 1.448 alunos: em Paracambi, Búzios, Miracema e Conceição de Macabu.
Márcio de Paula e Carlos Belém saíram animados da reunião. “Teresópolis tem uma tradição na música, como, por exemplo, os cursos internacionais de férias que eram oferecidos pela Pró-Arte. Nossa missão é resgatar tudo isso”, afirmou o secretário de Cultura.
Os primeiros passos para a implantação já foram dados: Belém forneceu as normas detalhadas que são exigidas pela escola para dar sua chancela à criação de um pólo em Teresópolis. “Simplificamos bastante as regras, mas não abrimos mão de algumas coisas importantes”, acrescentou o diretor. “A primeira delas é que os cursos sejam gratuitos ou a preços muito acessíveis, simbólicos”, explicou.
Segundo Belém, que esteve acompanhado, na reunião, de sua assessora Luísa Marques, a Villa-Lobos não dá suporte econômico aos pólos, mas agrega seu nome a eles, testa e treina os professores escolhidos pelo município criador do pólo, fornece certificados, diplomas e material didático. O Coordenador dos Pólos, Leandro Gregório, faz visitas regulares, entre outras formas de manter o selo de qualidade da escola.
Na implantação do pólo, o município entra com o espaço. “No mínimo três salas: uma grande, para aulas teóricas e apresentações, e duas menores, para estudo e aulas práticas”, explica Luísa. E também com funcionários das áreas administrativa, de limpeza, segurança e recepção, por exemplo. Além de selecionar, com o crivo da Villa-Lobos, os professores.
O convênio entre a escola e a cidade se chama “Termo de Cooperação Técnica” e, para a implantação, o município pode fazê-lo através de decreto do Executivo ou do envio de projeto de lei à Câmara de Vereadores, para votação e aprovação.
Criada em 1952, a EMV leva o nome do maestro considerado o maior expoente da música erudita brasileira, Heitor Villa-Lobos, e foi idealizada como um “centro popular de ensino de arte”. É subordinada à FUNARJ (Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro), oferece cursos em nível básico e técnico a alunos a partir de 8 anos de idade, além de promover festivais, palestras, workshops e concertos de diversos gêneros musicais, inclusive populares, como a “black music”.
Orquestra Petrobras Sinfônica oferece visitas gratuitas a estudantes e idosos de Teresópolis e acena com um concerto na cidade
No mesmo dia 7 de julho, o Secretário Márcio de Paula esteve com o Diretor Executivo da Orquestra Petrobras Sinfônica, Mateus Simões, na sede da orquestra, dentro da Fundição Progresso, na Lapa, também no Rio. A ideia é trazer a OPS para se apresentar em Teresópolis, o que já foi acertado entre Márcio e Mateus, possivelmente para abril de 2017, em local ainda a definir.
Mas a reunião trouxe outros frutos. Mateus Simões garantiu a Márcio a viabilidade de oferecer até 100 ingressos gratuitos para a Secretaria levar ao Rio estudantes e representantes da Terceira Idade, para assistirem a concertos. “Basta escolher o dia, o concerto, que eu forneço os ingressos. É zero de dificuldade”, garantiu o jovem Simões.