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TURISMO PÓS-COVID – COMO VAI FICAR?

TURISMO PÓS-COVID – COMO VAI FICAR?

Por Silvana Coelho –

Inspirados nos serviços oferecidos por hotéis de categoria cinco estrelas, há pouco mais de 15 anos a Hotelaria Hospitalar veio por uma necessidade de mercado. Com a demanda por serviços mais dignos, empreendedores e visionários da área da saúde enxergaram ali uma evolução e começaram a investir no bem-estar do enfermo que então deixou a condição de paciente e passou a ser chamado de cliente. No lugar de corredores frios, com mobiliários rústicos, foram criando locais aconchegantes, ambientes com vida, brilho e harmonia, que cada vez mais se pareciam com o ambiente familiar.

Com a pandemia do Covid-19, tornou-se necessário implementar medidas preventivas para diminuir a propagação do vírus. Entre elas o isolamento social e o fechamento de serviços não essenciais O que de acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens e Serviços e Turismo (CNC), contabiliza uma perda de mais de R$ 14 bilhões no segmento do turismo, desde o início da crise.

É fato que o mundo não é e nem será mais o mesmo daqui adiante. Logo teremos que criar novos hábitos. Se lá atrás os hospitais se adaptaram com algumas normas e procedimentos hoteleiros, será a vez dos hotéis e restaurantes se inspirarem nos hospitais.

Para esclarecer um pouco mais sobre o assunto, conversamos com Aylla Prata — turismóloga, segurança do trabalho, com especialização em hotelaria hospitalar.

  • Qual será o futuro dos hotéis e restaurantes após a pandemia?

Uma certeza que temos é a necessidade de revisitar e repensar os nossos processos, pois nossos clientes procuram por segurança.

  • Varrição de espaço pode?

Não, pois a mesma pode levar o vírus até a altura das vias aéreas, colocando nossos colaboradores e clientes em exposição. Para tanto, a tecnologia será uma grande aliada.

  • Os estabelecimentos terão que ter mais atenção à superfície fixa?

Sim, a higienização das superfícies como telefone, controle e áreas com mais contato, terão que ter mais atenção.

  • É possível manter o Buffet?

Não, os gerentes de alimentos e bebidas, devem revisitar seu processo. Alguns hotéis estão adaptando para kit café da manhã.

  • Como deverá ser os espaços em comum ?

Será muito importante ter uma equipe específica para essas áreas, pois é onde temos um fluxo maior, então é necessário: atenção para limpeza de maçanetas, botões de elevadores, balcão de recepção.

  • Existe alguma tendência de mercado no setor de turismo?

O turismo de bem-estar, já estava ganhando espaço, com tantas mudanças e o estresse provocado pela pandemia, certamente vão contribuir para uma maior demanda nesse segmento.

Aylla Prata finalizou esta entrevista ressaltando que estamos em um momento que devemos ter atenção redobrada, inclusive com fornecedores.

“Os colaboradores devem, mais que nunca estarem treinados, pois, conforme citei, nossos clientes, além de conforto, certamente vão estar em busca de segurança e ávidos por respostas. Toda equipe deve estar alinhada e muito bem capacitada”, concluiu .

Mais informações: https://www.facebook.com/grupopratajf/

Perspectivas econômicas

Segundo estudos da Organização Mundial do Turismo (OMT), os turistas ao redor do mundo devem apostar em viagens domésticas no pós-pandemia . No Brasil não será diferente: os viajantes irão se concentrar em viagens pelo país a partir de junho/julho de 2020 até junho 2021, devido à possibilidade de uma segunda onda de Covid-19 fora do território nacional, e do medo de ficaram “presos” nesses países devido às novas quarentenas, além da variação cambial ser uma incógnita no próximo semestre.

Dito isso, podemos afirmar que uma demanda significativa, entre 25% a 45% a mais do que o previsto, pode ser gerada no segundo semestre de 2020 em viagens domésticas e regionais. Os players do mercado: companhias aéreas, meios de hospedagem, transportes terrestres, agências e operadoras devem estar preparados e com produtos adequados ao novo comportamento do cliente pós-Covid-19.

Esse cliente terá mais receio em consumir, será cada vez mais exigente pelo valor do dinheiro, e buscará pacotes e promoções que demonstrem o real custo-benefício de suas viagens. Não haverá mais espaço para preços exorbitantes pelo menos nos próximos 6 a 8 meses de operação e sim preços justos, margens reduzidas, custos controlados e sobretudo, o serviço sendo cada vez mais personalizado e que seja sentido a pleno pelo viajante. Preparemo-nos para o futuro próximo do turismo, valorizemos nossos viajantes domésticos.

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