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CHEIRO E SABOR DE MÃE

CHEIRO E SABOR DE MÃE

Por Silvana Coelho

   Carne assada, feijão fresquinho com cheirinho de alho dourado, bolo de laranja, empadinhas dos mais variados recheios, mousse de chocolate…

    Hummmm!!! Quem nunca entrou em determinado lugar e de repente se deparou com um aroma ou experimentou alguma comida que imediatamente o fez lembrar de sua infância, que atire a primeira pedra.

   Resiliente que sou, tenho recorrido de modo fidedigno às receitas da matriarca da minha família. A cada experiência vivencio momentos ímpares de conforto da minha alma. No aroma exalado pela refeição que preparo e a cada garfada que me nutre, degusto esta saudade com cheiro e sabor de mãe.

   Sem dúvidas, uma das sensações mais reconfortantes são nossas memórias degustativas. O que justifica uma tendência mundial que na contramão do Fast food e diante ao confinamento, mais que nunca está em voga, o movimento Comfort Food.

   No bom português significa: “comida confortável”, que desperta conforto, aconchego e bem-estar ao ser consumida. Justamente por nos remeter aos momentos especiais, seja um almoço em família, um jantar com os amigos, um piquenique, um pacote de pipocas no cinema. Pode ser a comida da mãe, da avó, da tia, do amigo ou de alguém que é especial para você. A essência deste conceito está exatamente na simplicidade dos pratos. Quanto mais semelhante for o sabor do prato servido com o que foi preparado tempos atrás, melhor será a experiência da degustação para a pessoa. Por esta razão, muitos Chefs estão repensando seus cardápios.

  No próximo domingo será comemorado o DIA DAS MÃES. Uma data que muitos celebram, outros choram, alguns ignoram sua existência e outros transformam sua dor em saudade, este é o meu caso. Será o primeiro ano de minha vida que não estarei ao lado da minha mãe, amiga e companheira de todas as horas. Contudo, não será diferente só para mim, mas para todos, por estarmos diante de uma situação inusitada – esta pandemia de coronavírus.

   Independentemente de ter ou não as nossas mães, os tradicionais almoços de comemoração, filas para entrar em restaurantes, as aglomerações nas lojas na escolha do presente, este ano não serão possíveis. O que de fato não é o mais relevante. Mais importante que a compra de um presente é se fazer presente na vida daqueles que são raros e caros.  

   Tive a sorte de aproveitar ao máximo a companhia da minha mãe enquanto nos foi permitido. Entretanto, com sua ausência eu tinha duas opções: sofrer ou transformar este sentimento em boas lembranças. Decidi não sofrer e realmente consigo matar esta saudade todas às vezes que reproduzo suas receitas.

    O mundo chora, chora de saudade da vida que tínhamos há menos de dois meses. E de repente todas as datas escorrem entre os dedos porque nunca valorizamos tanto o dia de hoje. É este que devemos festejar, enaltecer ao lado daqueles que amamos. Este é o presente que nossas mães, estejam onde for querem receber. Anseiam que seus filhos comemorem o dom da vida, o dia de hoje como único e intransferível.

   Brindemos e eternizemos em nossas retinas, todos os instantes especiais a nós permitidos com nossas mães, aqui ou acolá. Doravante, o que mais importa é orar!

O DIA DAS MÃES

   Embora não seja o primeiro registro de sugestão em prol da criação de uma data para a celebração das mães, graças a americana, Anna Jarvis, do Estado da Virgínia Ocidental (EUA), que iniciou a campanha para instituir o Dia das Mães. Em 1905 Anna, filha de pastores, perdeu sua mãe e entrou em grande depressão. Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram a ideia de perpetuar a memória de sua mãe com uma festa. Anna quis que a festa fosse estendida a todas as mães, vivas ou mortas, com um dia em que todas as crianças se lembrassem e homenageassem suas mães.

   A ideia era fortalecer os laços familiares e o respeito pelos pais. Durante três anos seguidos, Anna lutou para que fosse criado o Dia das Mães. A primeira celebração oficial aconteceu somente em 26 de abril de 1910, quando o governador de Virgínia Ocidental, William E. Glasscock, incorporou o Dia das Mães ao calendário de datas comemorativas daquele estado.

   Rapidamente, outros estados norte-americanos aderiram à comemoração. Finalmente, em 1914, o então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson (1913 – 1921), unificou a celebração em todos os estados, estabelecendo que o Dia Nacional das Mães deveria ser comemorado sempre no segundo domingo de maio. Em pouco tempo, mais de 40 países adotaram a data.

Anna, apesar de não ter tido filhos, lutou praticamente a vida toda para que as pessoas reconhecessem a importância das mães. Afirmando que o intuito da comemoração nunca foi com o propósito de gerar algum tipo de lucro, mas sim reverenciar a maternidade.  

No Brasil, o primeiro Dia das Mães brasileiro foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data no segundo domingo de maio. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica.

Texto “O DIA DAS MÃES” compilado das seguintes fontes:

Pesquisa de Daniela Bertocchi Seawright para o site Terra,
http://www.terra.com.br/diadasmaes/odia.htm
O Guia dos Curiosos – Marcelo Duarte. Cia da Letras, S.P., 1995.
Revista Vtrine – artigo – Abril, S.P., 1999

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