Há 30 anos fechada, antiga fábrica D. Isabel pode virar complexo multiuso em Petrópolis

• Matéria bem legal publicada agora à noite no G1 Região Serrana. Quem sabe agora, finalmente, o imóvel da Fábrica Dona Isabel, em Petrópolis, seja novamente utilizado e ajude na economia do município.

Depois de mais de 30 anos de portas fechadas, a Fábrica de Tecidos Dona Isabel pode ganhar um destino em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Por iniciativa de um grupo de empresários, um projeto foi elaborado para transformar os 66.800 m² em um complexo multiuso. Para isso, foi realizado um estudo de requalificação do local. A projeção prevê diversas atividades, tanto para o setor privado quanto para o poder público, apoiando e incrementando a Rua Teresa. A iniciativa é do  Sindicato do Comércio Varejista de Petrópolis, Arte (Associação da Rua Teresa) e Sindcon (Sindicato das Confecções de Petrópolis).

A proposta apresentada inclui, além da revitalização estética do espaço, um Centro de Convenções com arena multiuso (em uma área de 5 mil m²); um hotel business, para atender o público que frequenta a Rua Teresa (em um espaço de 12 mil m²); e um museu têxtil de 3 mil m², que iria da Rua Sá Earp até à Rua Teresa. Lojas que complementam o mix de opções do maior polo varejista da cidade, como restaurantes e cafés, também seriam instaladas, assim como  um centro de apoio ao comprador (com sanitários, guarda-volumes, áreas de descanso para motoristas de ônibus etc). Dentro do complexo, as duas ruas seriam ligadas por meio de um elevador.

De acordo com o presidente do Sindicato das Confecções, Addison Menezes, o principal objetivo é fazer uma parceria público-privada, respeitando o atual proprietário do imóvel. “Há muito tempo, discutimos questões como a do prédio da Dona Isabel. No entanto, precisávamos de um estudo, um ponto de partida. Por isso, buscamos a Firjan, que apoiou a ideia. Não se trata de tomar o imóvel, mas aproveitar o espaço para algo onde todos saiam ganhando”, afirmou, explicando que o projeto foi realizado pelo arquiteto Adriano Gomes, conselheiro da Firjan a pedido de empresários petropolitanos.

Também está prevista a construção de duas ligações viárias entre as ruas Teresa e Sá Earp, que desafogariam o trânsito e facilitariam a vida dos compradores que, atualmente, só podem retornar pelo bairro Alto da Serra. A proposta também inclui a construção de um Centro Administrativo, que abrigaria órgãos públicos da Prefeitura que hoje estão espalhados pela cidade; e estacionamentos com capacidade para cerca de 600 carros e aproximadamente 150 ônibus de turismo, em uma área total de 6.400 m². Até mesmo a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), com estação na antiga fábrica, foi planejada.

O projeto foi apresento nesta sexta-feira (14), ao deputado federal Hugo Leal. A ideia é que o parlamentos busque recursos por meio de emenda para tentar viabilizar o complexo. Segundo ele, algumas das intervenções, como a construção do hotel business, dependem do interesse do setor privado, e não poderiam receber recursos da União. No entanto, para Leal, o projeto apresentado é um avanço.

“A ideia é boa. Vocês têm um diamante bruto, que gera perspectivas de negócios. Podemos viabilizar recursos, por meio de emendas parlamentares, para as áreas públicas que estão projetadas, como as praças, o Centro Administrativo, o Centro de Convenções, a arena multiuso e as ruas, após processo de desapropriação”, destacou o deputado.

O poder público municipal já manifestou apoio à proposta, de acordo com a presidente da Arte, Cláudia Pires. “Quando mostramos a ideia, a resposta da Prefeitura foi de que hoje eles não dispõem dos recursos necessários para executar todas as intervenções, mas que eles apoiariam a ideia”, finalizou.